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quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

O que é o Natal?

O significado mais conhecido pela humanidade é que o Natal é o dia em que se comemora o nascimento de Jesus Cristo. E, apesar de dados históricos apontarem que essa data é fictícia, o Natal é comemorado no dia 25 de dezembro há mais de 1.600 anos.

A data de 25 de dezembro para celebrar o Natal como festa religiosa cristã foi estipulada pela Igreja Católica, no ano de 350, para substituir a festa pagã da Saturnália, celebrada pelos romanos para homenagear o deus Saturno. Era uma festa de quatro dias de duração, entre 17 e 25 de dezembro. Ninguém trabalhava, visitava-se amigos, trocava-se presentes e até aos escravos era permitido fazer o que lhe aprouvesse.

Buscando a aceitação do cristianismo pelos pagãos, a Saturnália foi substituída pelo Natal, sendo estipulada a data de 25 de dezembro como o dia do nascimento de Jesus. Ainda assim, por 15 séculos, as festividades Natalinas mantiveram as características pagãs.

Desde o dia de seu estabelecimento o Natal era visto como uma comemoração cristã, dedicada à devoção, mas também como uma festa de muita alegria e diversão desregrada. A festa era celebrada com espetáculos parodiando tudo que fosse sério à sociedade e o show apresentado trazia uma criança em um berço rodeada pela Virgem Maria e São José, semelhante ao que conhecemos no presépio. Era costume dessa época, que os bispos e o clero se juntassem à população para entoar os chamados Hinos de Natal. Mas, com o tempo, a festa cristã foi dando cada vez mais espaço à fartura de comida e bebida, às regalias, à diversão, deixando de lado o verdadeiro motivo da criação do Natal.

Nos dias atuais o verdadeiro espírito natalino parece estar em extinção, dando lugar ao espírito consumista. Mas não podemos deixar de ver que, apesar desse lado negativo que tornou as comemorações em evento material, há muitos lados positivos. É no Natal que a grande maioria das famílias procura reunir seus entes queridos, trocar afagos, perdoar mágoas passada e confraternizar-se com o coração cheio de amor e uma imensa alegria. É esse também o período onde o espírito fraterno se faz mais presente, quando muitos se unem buscando o alívio do sofrimento de pessoas menos favorecidas, oferecendo roupas, comida, um afago... Parece ser o momento onde os olhos passam a enxergar aquilo que nem sempre é visto durante todo o ano.

Claro que essa deveria ser a atitude de todos nos 365 dias do ano, mas é melhor um dia do que nenhum, não é verdade? Assim o Natal torna-se um dia importante, onde os corações estão mais abertos e as pessoas mais acessíveis. Onde a energia que emana no ar traz a sensação de amor, de compaixão, de doação de si mesmo. É a energia boa que contamina as pessoas. É a luz do mundo iluminando o caminho que deveremos sempre seguir. Afinal, disse Jesus falando ao povo: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida”. (João 8:12)

Por Wania Ressutti

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

O suicídio e a imprensa

Toda semana a notícia se repete. Não na imprensa, mas na mais veloz forma de se propagar informações, sejam elas verdadeiras ou não: a internet.

A questão sobre suicídio afeta a qualquer um de nós. É emocionalmente muito forte, mesmo que não se conheça a vítima. Também gera muita curiosidade sobre quem era ele ou ela? Tinha problemas? Por que fez isso? O fato é que, se o ato gera comoção e sofrimento a estranhos, imagina à família e aos amigos.

Esta semana, novamente iniciou-se, com uma informação, enviada per um aplicativo de celular, sobre um suicídio, uma professora. “Uma ótima professora”, dizem alguns. Sim, uma ótima professora que sabia esconder muito bem seus sentimentos, sua dor, sua agonia. Que não teve a oportunidade de se abrir, de conversar com alguém. Não necessariamente porque ninguém a quisesse ouvir, mas porque assim são os suicidas. Fecham-se em seus sofrimentos, em suas depressões, em seu próprio mundo de rejeições e insatisfações. A vida para eles não faz sentido e isso, quando é percebido, é visto pelos que se encontram ao seu redor como natural, mas na maioria das vezes passa despercebido.

Assim como essa professora, outros jovens, maridos, esposas, mães, chefes de família também cometeram esse ato, neste ano, chocando a muitos de seus amigos e parentes que sequer imaginavam tal hipótese. E, apesar de estarmos no mês de setembro - também chamado de setembro amarelo - mês que intensifica a conscientização da prevenção ao suicídio, as notícias não são boas. Os índices estão aumentando e, segundo fontes extraoficiais, do ano de 2015 para 2016 dobrou-se o número de casos de suicídios em Rondônia e em 2017 já ultrapassa os 100%  o número de pessoas que cometeram tal ato. Todas pessoas “de bem” que, “sem motivos”, deram um fim ao seu sofrimento (será?).

Apesar de esses casos serem propagados abertamente, pelos internautas, nas redes sociais, por que os suicídios não são relatados na grande imprensa? Porque há um consenso ético, uma espécie de acordo moral que determina que, por respeito à dor e à privacidade da família, suicídios não serão noticiados.

Vanessa Canciam, que em 2003 já abordava o tema suicídio e ética jornalística, publicado no site do Observatório da Imprensa, relata a preocupação de que o “qualquer notícia sobre o assunto pode vir a ser o estopim de uma série de outros atos semelhantes.” Entretanto, isso não é fato comprovado e nem existe consenso entre profissionais de saúde quanto à influência da mídia no estímulo ao suicídio.  Para ela, “não há consenso sobre o assunto. E, ainda que tal consenso existisse, não seria correto utilizá-lo como único parâmetro para guiar a cobertura da imprensa.”

Por outro lado, em um de seus editoriais, o Gazeta Brasilian News alega que “O jornalismo não existe somente para noticiar fatos. Seu papel vai além – o de informar no sentido de instruir a população, de construir uma forma de pensar e proporcionar um compartilhamento de informações e experiências, promovendo debate e maior compreensão sobre temas sociais.” Entretanto, opta por não divulgar casos de suicídios alegando que “apesar de serem recorrentes na sociedade, em respeito ao jornalismo e a ética, não divulgamos tais casos, exceto em situações particulares, pela notoriedade dos envolvidos ou pelo interesse público das razões que o levaram ao ato.”

Por Wania Ressutti

Abaixo os artigos mencionados. Vale a pena conferir

Imprensa e suicídio, uma abordagem ética e técnica
por Vanessa Canciam / Observatório da imprensa

O suicídio e a ética jornalística
Editorial do Gazeta Brazilian News