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domingo, 29 de março de 2009

Lula na avenida

Foi como se fosse um desconhecido. Nem vaias, nem palmas. Nada. E nada é pior do que qualquer coisa O CARIOCA é mesmo único. Fica íntimo sem conhecer as pessoas; se você telefona para um escritório, a telefonista te chama de "meu amor", se compra um coco na praia, o vendedor te chama de "querida", se pede uma cadeira para tomar sol, vem logo um "é pra já, minha linda". Não é nem preciso dizer que todos se chamam de você e são de uma cordialidade suprema.

Estamos mais do que acostumados a toda essa intimidade. Mas quando é para vaiar ou para aplaudir, não fazem a menor cerimônia. E o curioso é que estão todos, sempre, de acordo. Que seja no Maracanã, no meio de um bloco, ou na avenida, a unanimidade é sempre geral, e nunca existem duas correntes, uma a favor e outra contra.

Veja o pobre do Neguinho da Beija-Flor, que levou uma vaia daquelas por ter atrasado 15 minutos o desfile, já que resolveu se casar na avenida. Isso pelo menos vai evitar que, no futuro, entre uma escola e outra, aconteçam batizados, aniversários e que tais. Mas foi curioso que o carioca, tão espontâneo nos seus arroubos, não tenha tido nenhum tipo de reação à presença do presidente na avenida.

Foi como se fosse um desconhecido qualquer no camarote do governador -nosso governador, que sempre faz uma pose original na hora das fotos. Nem vaias, nem palmas. Nada. E nada é pior do que qualquer coisa. Para quem, segundo as pesquisas, tem 84% de aprovação popular, seria de se esperar um espetáculo de gritos e vivas ao presidente. Afinal, 84% não são para se desprezar. Pois não aconteceu absolutamente nada. Não adiantou o chapéu panamá, a animação de d. Marisa, que chegou a descer para sambar junto aos passistas, enquanto os fotógrafos cumpriam seu papel de mostrar o quanto nosso governador, nosso prefeito e nosso presidente são unidos. Ninguém deu a menor bola. Eu, que não entendo dessas coisas, acho que Lula estava em campanha; ele não foi ver o samba, mas testar 2010.

Já o prefeito foi para a avenida, sambou com as escolas -todas-, mudou a cor da fitinha do seu chapéu para ser simpático com cada uma que passava, mas também não fez o menor sucesso. Era tudo"fake", e carioca saca essas coisas com incrível rapidez.

Quando Itamar apareceu na avenida, 15 anos atrás, foi um grande auê com palmas carinhosas de todos que passavam (depois que Lilian Ramos apareceu foi outro auê). Todos queriam saudar nosso então presidente. Mas desta vez a presença de nossa autoridade máxima foi um fiasco. E D. Marisa deu, enfim, sua contribuição como primeira-dama: foi quando reclamou com o ministro Temporão que não havia camisinhas no banheiro das mulheres. Que beleza, ter uma primeira-dama tão cuidadosa. Depois de tantos anos sem dizer uma só palavra, ela perdeu uma boa oportunidade de ter continuado muda e calada como sempre esteve.

Foi uma pena nossa jovem Dilma não ter vindo também. Ela teria certamente contribuído para que a indiferença carioca se mostrasse ainda mais evidente. Aliás, segundo amigos pernambucanos, sua passagem pelo Estado foi em branquíssimas nuvens. Lá também não aconteceu nada.

O trio da alegria -Cabral, Paes e Lula- bem que se esforçou, mas no Carnaval não fez nenhum sucesso.

Permita-me: quá... quá... quá... quá... quá...

Danusa Leão
Jornalista e escritora

Estrada de Ferro Madeira Mamoré passa por perícias

As peças do museu e a revitalização do complexo ferroviário terão laudos de peritos



Porto Velho (RO), 27.03.2009 – Desde ontem (26, quinta-feira) peritos estão analisando partes do complexo da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM). Estão sendo periciadas as peças que compõem o acervo do museu e as obras de revitalização do complexo para verificar se estaria havendo descaracterização ou violação do patrimônio histórico.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) atendeu a recomendação do MPF e trouxe um perito especializado para avaliar a situação das peças do acervo do Museu da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM). O laudo pericial informará o estado das peças do museu, especificando eventuais danos, bem como se a conservação atual é adequada. A recomendação foi motivada por denúncias feitas pela comunidade porto-velhense de que houve transporte inadequado e que haveria má conservação das peças do museu. Atualmente o acervo do patrimônio histórico está armazenadas no galpão da Marinha.

Já o MPF trouxe uma perita, servidora do órgão em Brasília, para analisar as obras de revitalização do complexo da EFMM. A perícia vai apontar se está havendo descaracterização ou violação do patrimônio histórico e cultural. Segundo o procurador da República Rodrigo Gomes Teixeira, o tombamento da EFMM gera um regime especial para o bem cultural, acarretando restrições para reformas ou modificações no local. O MPF recebeu denúncias de que o aterro para ampliação da avenida Farqhuar e outras obras de revitalização do complexo estariam violando o patrimônio cultural.

De posse dos dois laudos periciais, o MPF tomará as medidas que entender cabíveis para proteção do patrimônio cultural.




Fonte: MPF/RO

sábado, 7 de março de 2009

Encontros e Despedidas

Composição: M. Nascimento E F. Brant

Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço, venha me apertar
Tô chegando
Coisa que gosto é poder partir
Sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar
Quando quero

Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim, chegar e partir

São só dois lados
Da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem da partida
A hora do encontro
É também de despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida