Desde terça-feira
(08/07/2014), quando a seleção brasileira foi nocauteada pela brilhante Alemanha
por estupendos 7x1, começou na internet uma chuva de “descobertas” sobre as
negociações da Copa. A seleção Brasileira, a CBF ou seus dirigentes, sei lá,
teriam sido comprados pela Fifa para perder o jogo contra a Alemanha. Chocados
com a decisão, os jogadores entraram em campo em estado de choque e perderam o
rumo da bola. Está certo, também não digeri aqueles sete gols que a Alemanha
nos enfiou goela abaixo. Difícil acreditar que, por pior que a seleção
canarinho estivesse jogando, seria capaz de tomar uma goleada por inércia, por
incompetência, afinal “eu sou brasileiro e não desisto jamais” é o jargão que
corre em 10 entre 10 brasileiros, como desistiríamos assim, no meio da Copa?
Após tamanho vexame (vexame
sim, vexame no sentido de vergonha,
pois ninguém espera uma derrota tão massacrada), pipocaram na internet
comentários sobre a venda da Copa para a Fifa. Até um texto que já havia
circulado em anos anteriores, ressurgiu com os nomes trocados e a autoria de um
homem que jura nunca ter escrito tal texto. “Tive a infelicidade de trabalhar com o outlook com a minha assinatura e
acabou indo com o meu nome quando repassei”, disse Gunther Schweitzer que enviou o tal texto após tê-lo
recebido em 1998, sobre a Copa daquele ano.
Ora, ora, essa história de dizer que a Copa
havia sido vendida (ou comprada como preferem alguns), já estava na garganta de
muita gente disposta a apagar o brilhantismo de um evento que reúne o
maior número de nações com o mesmo objetivo: ser o melhor. Se o Brasil chegasse
às finais e, se por ventura, se tornasse hexacampeão, o título teria sido
comprado para abafar o mensalão, livrar políticos corruptos da cadeia, reeleger
a Dilma ou sei lá mais o quê. Como perdeu, também foi comprada, só que em favor
de outro. Quem? Alemanha? Argentina?
Há quem diga que a Copa 2014 é da Argentina
porque hoje são eles que estão em crise, assim, como disseram ter sido do
Brasil na Copa de 70. Então Copa é sinônimo de alento para países que
administram mal seus recursos financeiros, que não conseguem administrar seus problemas
internos? Ou seria mesmo a nova versão de panis
et circenses?
Não entendo muito de futebol,
muito menos das negociações que correm na realização de uma Copa, nem como
ocorre a liberação para venda de ingressos ou os bônus aos jogadores que
participam da Copa, ou mesmo sobre os escândalos da Fifa. Mas sei que sou brasileira
e que o Brasil estará disputando amanhã (12/07/2014) a vaga de terceiro melhor
do mundo contra a Holanda, outra grande seleção que vem crescendo a cada Copa.
E como brasileira que sou, entristecida com a última derrota, com aquele 7x1
ainda piscando na minha frente, estarei torcendo para que a nossa seleção possa
reerguer a cabeça com uma vitória e um honroso terceiro lugar. Mas também sei
que não podemos ganhar sempre, portanto, se mais uma derrota surgir, que sirva
para reflexão. Eu continuarei torcendo sempre para a nossa seleção assim como
torço para que nós, brasileiros, tenhamos essa mesma paixão, em outubro, quando
escolheremos através do voto a seleção que irá nos representar no país.
texto: Wania Ressutti
foto: Chico Batata/Agecom/Portal da Copa
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